Os 3 Pilares - KIHON

Boa noite, karatecas e leitores desse humilde blog. Hoje, seguindo a explanação dos 3 pilares do Karatê, vou citar alguns pontos relacionados ao Kihon.



Mas o que é Kihon? Vou usar aqui um parágrafo de uma apostila de karatê que tem como autor Sensei José Erasmo de Oliveira Júnior, segundo uma página que encontrei porém de 2012, 3º Dan de Karatê Shotokan:

“As técnicas básicas devem ser treinadas constantemente e de forma sistemática, de modo que estejam perfeitas para sua aplicação em uma situação real”. “Quando praticamos o treinamento específico das técnicas básicas dizemos que praticamos Kihon (fundamentos), poderíamos dizer, em uma tradução livre, como sendo o “treinamento dos fundamentos”.”

Segundo o glossário do “Guia Prático do Karatê”, escrito pelo Sensei Kanazawa, tem-se por Kihon: básico, os fundamentos.

Sabendo que o Kihon, é parte dos 3 pilares de sustentação da prática do karatê, como podemos ligar essa prática aos demais pilares? De forma sucinta, podemos dizer que Kihon, sendo “os fundamentos”, são os primeiros passos para o desenvolvimento de técnicas isoladas, interligadas, paradas, e em movimento. Dito isso, essas técnicas combinadas e em plena concordância, chegamos ao KATA. E se pegar o parágrafo citado acima pelo Sensei Erasmo, temos: “As técnicas básicas devem ser treinadas constantemente e de forma sistemática, de modo que estejam perfeitas para sua aplicação em uma situação real”...O que define o próximo assunto dessa série conhecido como Kumitê. Este por sua vez, tem em algumas formas de prática, muito dos kihon.
Penso também que o kihon, tendo esse significado de fundamentos, tem na sua prática, muito da essência das diferentes escolas (estilos de karatê). E quando me refiro a essa essência das escolas, seriam características técnicas que diferenciam e dão forma aos diferentes estilos existentes. Esses fundamentos estão contidos detalhamento de execução de bases, socos, chutes, colocação dos quadris, entre outros aspectos.
Seguindo a deixa dos aspectos abordados pela prática do kihon, sensei Nakayama, em sua série de livros “O melhor do karatê”, cita os seguintes aspectos básicos de desenvolvimento da técnica:

  • ·         Forma, cita Nakayama, os pré-requisitos da forma correta são o bom equilíbrio, um alto grau de estabilidade e a ordem dos movimentos de cada parte do corpo, uma vez que os movimentos são executados em sucessão rápida num curto período de tempo.
  • ·         Força e velocidade, cita Nakayama , somente a força muscular não permitirá que a pessoa se sobressaia nas artes marciais ou em qualquer esporte correlato. O poder do kimê (finalização) de uma técnica básica de karatê resulta da concentração máxima de força no momento do impacto, e isso, por sua vez, depende em grande parte da velocidade do soco ou chute. Embora a velocidade seja importante, ela não consegue ser eficaz se não houver controle. A velocidade e a força são intensificadas pelo uso da união das forças e reação.
  • ·         Concentração e desconcentração da força, cita Nakayama, a potência máxima é a concentração da força de todas as partes do corpo no alvo, não apenas a força de braços e pernas. Igualmente importante é a eliminação das forças desnecessárias ao se executar uma técnica, o que resultará na aplicação de uma maior potência onde ela for necessária.
  • ·         Fortalecimento da resistência muscular, cita Nakayama, também é desejável o conhecimento de quais músculos são usados em quais técnicas. Como os músculos são usados especificamente, pode-se esperar uma maior eficácia deles. Contrariamente, quanto menos os músculos forem usados desnecessariamente, menor é a perda de energia.
  • ·         Ritmo e regulagem do tempo, cita Nakayama, o desempenho de um karateca mestre não é apenas eficiente, mas também extremamente rítmico e bonito. A aquisição de um senso de ritmo e regulagem do tempo é uma excelente forma de aperfeiçoar-se na arte.
  •         Quadris, cita Nakayama, além de ser uma fonte de potência, os quadris constituem a base de um espírito estável, de uma forma correta e da manutenção de um bom equilíbrio.
  • ·         Respiração, cita Nakayama, a respiração em coordenação com a execução de uma técnica, ou seja, inalar quando bloqueia, exalar quando é executada uma técnica decisiva, e inalar e exalar quando são executadas técnicas sucessivas.

Analisando essa citações de sensei Nakayama, do karatê Shotokan, temos uma visão dos inúmeros aspectos que devemos nos atentar as técnicas em sua forma mais básica, treinamento da respiração (hoje esquecido por muitos dojos), contração muscular e descontração ao se movimentar nas bases e na geração do kimê, rotação de quadris durante a aplicação de técnicas de ataque que auxiliam na velocidade, aumento da explosão, direção correta de aplicação, etc. 




Muitos iniciantes, ao assistir uma aula de karatê mais tradicional e voltada para a melhoria técnica, manutenção da saúde muscular, e fortalecimento se deparam muitas vezes com exercícios repetitivos, aparentemente mais cansativos do que voltados à saúde, e já ouvi dizerem “chato”. Mas após treinarem, ver as dificuldades ao executar corretamente um movimento, na direção correta, com respiração, rotação de quadril, e pra complicar em caminhada nas diferentes bases e diferentes posições, acabam se deparando com um mundo interno de falhas, e orgulhos, que caem com a prática e treinamento constante daquilo que é “simples”, e “igual”, e que ao se deparar com a mesma técnica produzida por um karateca mais experiente, se vê o quanto se pode evoluir fisicamente, mentalmente, e até espiritualmente. Mas esses conceitos de evolução através da pratica dos 3 pilares serão abordados de uma forma mais madura, logo mais, aqui no blog.

Aos iniciantes, ou simpatizantes, que leem sobre o karatê e ainda não praticaram, posso dizer que ler, ver, te dão uma ideia, mas a experiência de se treinar, se observar internamente, ser humilde consigo mesmo, e buscar a melhoria dentro da arte, é uma experiência que vista ao fundo, vai ser levada para toda a vida, em todos os aspectos possíveis, controlar o stress, o cansaço físico, ao controle do ego, a busca pela paz, ao cumprimento de objetivos consigo, e a igualdade humana ao se deparar com as fraquezas que todos temos.

Conforme palavras de Arakaki Sensei em seu livro “ A Jornada Espiritual”: “Um praticante de karate que não se esforça para melhorar os fundamentos e posturas, não usufruirá de golpes eficientes e, até mesmo, será incapaz de fazer corretamente um kata.

Finalizo deixando meu Osu, e espero, ter deixado aqui, não somente conhecimento, ou esclarecimento, mas sim, perguntas e perguntas.
Compartilhem o texto, curtam a página, sigam o blog para receber os feeds semanais, e comentem, questionem.






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